DISCENTE: Juliana dos Santos Conceição
DATA: 28/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/dkt-jrms-uqu
TÍTULO: TRANSCRIPTOMA DE CODORNAS JAPONESAS É MODULADO POR
TEMPERATURA EMBRIONÁRIA E DESAFIO IMUNE
PALAVRAS-CHAVES: coturnicultura; epigenética; expressão gênica; inflamação;
reprogramação embrionária.
PÁGINAS: 102
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Biotecnologias da Produção Animal
RESUMO:
A embriogênese é um período crítico de programação, pois fatores ambientais podem modular a fisiologia dos organismos. Em aves, a temperatura de incubação tem sido amplamente desenvolvida como um indutor de respostas genéticas que influenciam o desenvolvimento embrionário e a resposta aos desafios pós-eclosão. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da manipulação térmica embrionária sobre a resposta imune de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) desafiadas com lipopolissacarídeo (LPS) após a eclosão, utilizando análise de transcriptoma (RNA-seq). Para isso, foi realizado um experimento em esquema fatorial 2x2, com duas temperaturas de incubação: temperatura controle (CTL - 37,5°C) e alta temperatura (AT - 39°C) e dois status de inoculação: codornas inoculadas com LPS (LPS) e codornas não inoculadas com LPS (SLPS). Os ovos permaneceram nas respectivas temperaturas dos tratamentos durante todo o período de incubação e, 25 dias após a eclosão, os pintainhos foram desafiados com LPS ou solução salina (placebo). Posteriormente a inoculação, o tecido do jejuno foi coletado para a análise de expressão gênica via RNA-seq. A temperatura de incubação reduziu significativamente (p<0,05) as taxas de eclosão, mas não afetou (p>0,05) o desempenho morfológico dos embriões sobreviventes. O LPS induziu alterações significavas (p<0,05) no baço, indicando ativação do sistema imunológico. A análise transcriptômica revelou genes diferencialmente expressos (p-ajustado<0,05) associados a processos metabólicos, resposta imune e estresse oxidativo, com padrões distintos entre os contrastes avaliados (CTL+LPS vs CTL+SLPS e AT+LPS vs AT+SLPS). Em condição controle, o LPSinduziu a expressão diferencial de 41 genes, destacando IL1R2, IL18BP e S100A12, relacionados à modulação inflamatória, integridade da barreira mucosa e metabolismo energético. Em aves incubadas sob alta temperatura, o LPS desencadeou amplas alterações, com ativação de vias associadas à inflamação, homeostase lipídica, controle proteico, metabolismo energético (glicólise, pentoses e ciclo de Krebs) e tráfego vesicular, enquanto suprimia genes cruciais para imunidade adaptativa, angiogênese, diferenciação celular e regulação epigenética. Um conjunto conservado de genes inflamatórios (MMP7, PI3, SLC6A14) foi regulado (p-ajustado<0,05) em ambas as condições térmicas, sugerindo ativação de mecanismos centrais de defesa. Conclui-se que a alta temperatura durante a incubação compromete a eclosão, mas não o fenótipo da progênie; contudo, modula de forma profunda a resposta molecular ao LPS, alterando vias inflamatórias, metabólicas e regenerativas, o que pode impactar a adaptação intestinal a estresses futuros.